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domingo, 5 de setembro de 2010

templos.


Agora Vamos ao Templo da Perdição (1 de 2)

“Peetraa, planeta água….”

(Mohammed Arantes, escritor, filósofo e cantor da Dinastia Omíada, séc. VIII D.C.)

Agora que a selecinha reconheceu que não poderia competir comigo em termos de audiência e fez as malas para casa, este impenitente blogueiro volta à sua (minha) saga das 1001 noites, para alegria de uns e desespero de outros. É a vida.

Depois das paragens bíblicas do post anterior, fomos para a cidade de Wadi Musa, ponto de partida para Petra, o sítio arqueológico que todo mundo já viu em “Indiana Jones e o Templo da Perdição” e também naquela última novela das 8 (que começa às 9), “Viver a Vida”, doleblonista Manoel Carlos, que cometeu o crime inafiançável de deixar a personagem da Aline Moraes tetraplégica. Mas isso também é a vida. Assim vocês aprenderam que é perigosíssimo dormir num ônibus na Jordânia.

O hotel Mövenpick Resort Petra também segue a linha “árabe fashion”, embora eu já estivesse mal-acostumado com a TV LCD do Marriott Dead Sea. Também há, na mesma região, o Mövenpick Nabatean Castle. Porém, fique no Resort Petra, que está de frente para o “crime”- a entrada do sítio arqueológico. O Nabatean Castle fica muito longe do portão de entrada de Petra – e ainda está no topo de uma colina. Quando você voltar do passeio, você vai se amaldiçoar por não ter escolhido o outro.

Aqui, uma vista das acomodações e da beleza do hotel. Gente coisa é outra fina.

Confortavelmente instalado e vendo 500 canais da TV a cabo em árabe, show time no dia seguinte. O nosso amigo historiador romano Plínio, o Velho, já dizia que Petra era a capital dos Nabateus, povo semita que habitava aquelas regiões desde aprox. 1.500 A.C. e começou a construir a cidade por volta do séc. VI A.C. Inicialmente, as construções eram no estilo puramente nabateu, consistindo de tumbas em forma de pilones – portas flanqueadas por torres trapezoidais, comuns também no Antigo Egito. Com a dominação romana em 106 D.C., o Reino Nabateu tornou-se a província romana da Arabia Petraeae as construções passaram a mesclar o estilo greco-romano e o resultado é o que vemos hoje: um belíssimo e monumental conjunto de edificações, em sua maior parte talhadas diretamente na rocha, para deleite dos turistas e das agências de receptivos. Todos devemos isso ao explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt, que redescobriu a cidade em 1812. Hiram Bingham morreu de inveja e resolveu descobrir Macchu Pichu algumas décadas depois. Afirma a UNESCO que Petra é um dos 40 lugares para se conhecer antes de morrer (o último lugar é o Iraque, onde você VAI morrer).

E se você pensa que ainda existe algum lugar turístico intocado, olhe as lojinhas do Indiana Jones aí embaixo.

A entrada custa 21 JD (dinares jordanianos). Pague e entre. A caminhada começa por vários exemplos ainda conservados da arquitetura nabateana-greco-romana (sincretismo é isso aí) até chegar ao desfiladeiro conhecido como “Siq” (o canal), uma formação rochosa impressionante com apenas três metros de largura em certos pontos. Muitos preferem fazer o caminho de charretes (40 JD para duas pessoas), portanto tome cuidado quando ouvir o galope desabalado.

Entrada do Siq.

À medida que se caminha, as paredes do imponente desfiladeiro vão ficando mais altas, até o ponto em que os raios solares só passam por brechas.

Mais exemplos de como os nabateus adoravam entalhar rochas. Talvez os artistas que hoje fazem esculturas de areia nas praias do Rio sejam os últimos nabateus de uma linhagem milenar.

Quis a topografia do lugar que o desfiladeiro se estreitasse mais ainda justo ao nos aproximarmos de “O Tesouro”, o monumento mais conhecido. Isso confere maior dramaticidade à chegada, quando o magnífico templo se descortina aos seus olhos. Também igual a Macchu Pichu, onde se segue um caminho pela montanha, vira-se à “esquina” e tcham!

O Tesouro – “Al Khazneh” – tem sua construção estimada entre 100 A.C. e 200 D.C. Recebeu esse nome devido à crença que bandidos e piratas escondiam o produto dos seus saques numa urna localizada no segundo andar do templo. Ainda podem ser vistas marcas de tiros ali, devido a saqueadores que desejavam perfurar a parede para que o tesouro jorrasse pelo buraco. Mas como a construção é de pedra sólida, danaram-se.

Além do Indy e da novela, o monumento apareceu numa das aventuras do Tintin de Hergé, “Os Tubarões do Mar Vermelho” e no programa Megaestruturas do National Geographic. Já o Monastério, que fica no final do sítio arqueológico após uma escadaria de 800 degraus e é muito similar ao Tesouro, apareceu no filme “Transformers – A Vingança dos Derrotados”, de 2009.

Ei-lo:

Mais um lugar onde nenhuma mídia pode traduzir a experiência de estar ali, pessoalmente.

Eu ia entrar, mas não é permitido. Talvez para ninguém ser decapitado por armadilhas de foices giratórias…

Como já disse, pode-se percorrer o caminho a pé, de charrete ou de camelo, e estes dois últimos custam 40 JD. Não adianta barganhar, principalmente na volta. Eles sabem que nessa hora, está todo mundo cansado e esfolado e não regateiam o preço. Lei da oferta e da procura. É a mão invisível do mercado, já dizia Adam Smith.

Continuamos depois. Salam.

14 respostas a “Agora Vamos ao Templo da Perdição (1 de 2)”

  1. J_Silva disse:

    He he, a “selecinha” saiu fora, mas o blog continua! E Petra é monumental mesmo, muito impressionante.

  2. J_Silva disse:

    PS: morri de rir com as lojinhas do Indy… Nego sempre aproveita, é claro1
    Abs!

  3. Camila disse:

    Sério que não pode entrar? Que pena! Mas tudo bem, a parte externa já está de bom tamanho. ;-)

  4. Você é uma figuraça. Fico lendo os seus posts e rindo sozinha. Bom humor é fundamental!

  5. Arthur disse:

    Camila, infelizmente não. Eu até pensava que pudesse entrar, mas há uma corrente. Dali ninguém passa…

    Deise, obrigado! Só nos resta rir nessa vida.

    Valeu e beijos!

  6. Esplêndido!!!
    Belíssimo!!!

    Me senti contracenando com o Harrison Ford nessas ruínas.
    ;)

  7. Arthur disse:

    Carol, eu também…
    Valeu!

  8. Fala, Arthur!

    Cara, estou ficando viciado em blogs do gênero, o seu e o da Carol são os que mais curto!

    Muito bom!

    Ah, hoje a família de Niterói está aqui. Pra você ver, mesmo com a família aqui o vício não me permite deixar de passar pelo Agora Vai, que chamo de Agora vamos! hehehehe

    SRN

  9. Grande Arthur
    Esses ótimos blogs de viagens, com magníficas fotos, textos e dicas, podem causar dois efeitos opostos em seus leitores: 1- Incentivá-los a arrumar as malas e partir imediatamente para o Galeão; 2- Dispensá-los da necessidade de viajar, de gastar muito tempo e dinheiro para ir fisicamente àqueles lugares (principalmente os mais distantes…)
    Agora, por exemplo, não preciso mais ir a Petra! Aliás, se você não nos adverte para as reais cores daquele pilar, eu imaginaria terem sido consequência de suas mágicas no Photoshop!
    Parabéns!
    [ ], Luiz

  10. Arthur disse:

    Orlani, grato pela preferência. Suas escolhas são muito boas ;) Um abraço para ti e para sua família!

    Grande Luiz,

    Espero que ninguém deixe de viajar, senão os órgãos de turismo desses locais vão ficar revoltados. Do que irão sobreviver os guias, agências, donos de bares e restaurantes e vendedores de souvenirs?…

    Como disse, o pilar é assim mesmo. A especialista em efeitos especiais foi a Mãe Natureza.

    Valeu!
    PS.: Se puder, vá a Petra, que eu recomendo!

  11. Marisa disse:

    Oi Arthur,
    estou aqui encantada com suas fotos e seus textos..eu diria divertidos e sensíveis especialmente para um administrador..haha…
    Estou planejando uma viagem para o mês que vem e enquanto ela não chega vou viajando nos blogs e o seu fez diferença porque combina com o que penso ser uma viagem.
    abraços,
    Marisa

  12. Arthur disse:

    Oi Marisa, muito obrigado! Quanto ao administrador, talvez eu seja uma das exceções que confirmam a regra… ;)

    Abraços!
    Arthur

  13. javier disse:

    Gostei muito do articulo.
    Parabens.

  14. Arthur disse:

    Javier, obrigado!

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